Brasil - Brasília - Distrito Federal - 26 de outubro de 2025
InícioContexto AmbientalReunião no Brasil impulsiona ações contra poluição por plásticos

Reunião no Brasil impulsiona ações contra poluição por plásticos

Conferência Plastic Reboot reúne 15 países em Salvador para promover soluções circulares; abordagem de ciclo de vida pode economizar US$4,5 trilhões até 2040; evento marca novo rumo a um acordo internacional sobre o plástico

Informe Publicitário

A primeira Conferência Anual Plastic Reboot acontece esta semana em Salvador, no Brasil, reunindo representantes de 15 países e parceiros globais empenhados em combater a poluição por plásticos.

O evento, até este 24 de outubro, é organizado pelo Governo do Brasil e pelo Fundo Global para o Meio Ambiente, GEF, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, e do Fundo Mundial para a Natureza, WWF.

Setor privado
A conferência quer ser um divisor de águas na cooperação internacional sobre o tema e procura alinhar políticas, inovação e financiamento para acelerar a transição global para uma economia circular.

Segundo os organizadores, o objetivo é promover ações multilaterais e incentivar o setor privado e a sociedade civil a adotarem práticas sustentáveis que reduzam a poluição desde a produção até ao descarte.

O programa Plastic Reboot, com um orçamento de US$108 milhões, é financiado pelo GEF e adota uma abordagem de ciclo de vida, desde a produção até ao uso e desgaste, para limitar os impactos dos plásticos em todas as etapas. Atualmente, 36% dos resíduos plásticos que chegam aos oceanos vêm de embalagens.

A conferência serve como um centro de troca de experiências sobre políticas regulatórias, inovações tecnológicas e boas práticas. As discussões abordarão medidas para reduzir a poluição por produtos descartáveis, especialmente nos setores de alimentos, bebidas e turismo.

Soluções circulares e oportunidades
De acordo com o Pnuma, uma abordagem do ciclo de vida pode gerar economias de até US$70 bilhões por ano em despesas governamentais e evitar custos sociais e ambientais em US$4,5 trilhões até 2040. “Acabar com a poluição por plásticos requer mais do que apenas gerenciar resíduos — significa repensar como os plásticos são projetados, usados e valorizados”, afirmou Nik Sekhran, diretor de conservação do WWF.

A conferência também destaca a importância de políticas de incentivo, como a Responsabilidade Alargada do Produtor, que estimula empresas a projetar produtos reutilizáveis e recicláveis. País como a Índia, Peru e Nigéria já testam soluções inovadoras que poderão ser ampliadas globalmente com o apoio do programa.

Ação conjunta
“O Plastic Reboot marca um momento importante na nossa luta contra a poluição por plásticos”, afirmou Carlos Manuel Rodríguez, CEO do GEF. “Estamos a trabalhar para repensar – e reiniciar – a forma como produzimos, consumimos e descartamos plásticos no futuro, e a fazê-lo em conjunto.”

Para Inger Andersen, diretora executiva do Pnuma, o momento é de transformar compromissos em resultados concretos. “O Plastic Reboot apoia a mudança de que precisamos, impulsionando a inovação e apoiando os governos no estabelecimento de um ambiente político e jurídico propício para acelerar uma reformulação da forma como os produtos plásticos são concebidos, produzidos e utilizados.”

Rumo a uma economia circular
A conferência beneficia diretamente os 15 países participantes, entre eles, Brasil, Índia, Jordânia, Filipinas, Marrocos, e África do Sul, e pretende estabelecer um roteiro global para eliminar gradualmente as embalagens plásticas descartáveis.

A meta é promover cadeias produtivas mais limpas e sustentáveis, e preparar terreno para um acordo internacional sobre a poluição por plásticos.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

As mais lidas