O ministro Alexandre Padilha afirmou que o Ministério da Saúde e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabeleceram prioridade para apoiar estudos em torno da aprovação da polilaminina. O medicamento está sendo desenvolvido por pesquisadores da UFRJ e, em testes iniciais, reverteu quadros de lesão medular em pessoas que haviam perdido o movimento do corpo.
Padilha e Tatiana Sampaio, professora doutora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenadora do projeto, conversaram na última segunda-feira (20), em Brasília. O encontro aconteceu pouco antes de uma audiência pública no Senado Federal sobre novas tecnologias na saúde, convocada pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP).
“A polilaminina, desenvolvida por pesquisadores da UFRJ sob a liderança da profa. Tatiana Sampaio, é esperança na recuperação de lesões medulares e pode chegar mais rápido ao SUS. O Ministério da Saúde e a Anvisa estabeleceram prioridade absoluta para acompanhar estudos de avaliação da sua segurança e eficácia e, com isso, acelerar a chance de acesso à população”, diz a publicação do ministro no X.
Em setembro, Tatiana e o laboratório Cristália apresentaram o medicamento, produzido a partir da proteína laminina, coletada na placenta humana. A polilaminina é capaz de estimular neurônios maduros, que não iriam mais se desenvolver, a rejuvenescerem e a criarem novos axônios -fios extremamente finos que transportam os impulsos elétricos pelo corpo.
As primeiras fases do estudo mostraram que ele foi capaz de regenerar a medula em pessoas que tiveram rompimento do órgão em acidentes e que levaram a uma paraplegia – paralisia dos membros inferiores- ou tetraplegia -paralisia de membros inferiores e superiores.
Agora, o laboratório aguarda a autorização da Anvisa para fazer o estudo clínico regulatório ampliado. O medicamento deverá ser aplicado ainda em fase experimental em um grupo maior de pessoas, com lesões medulares agudas, que tiverem acontecido há no máximo quatro dias.
Tatiana diz à Folha de S.Paulo que a expectativa é de que a Anvisa possa aprovar logo o estudo. “Agora é torcer”, diz a pesquisadora.


