Brasil - Brasília - Distrito Federal - 11 de setembro de 2025
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Musk volta a atacar Moraes e cogita sanções a ministro do STF

Funcionários de órgão ligado a Musk se recusam a seguir suas ordens e renunciam

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Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) e conselheiro do presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a atacar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes nas redes sociais, sugerindo sanções no país norte-americano ao magistrado.

Nesta terça-feira (25), o bilionário comentou postagem na plataforma insinuando que poderia caber ao ministro sanções envolvendo suas propriedades no país.

“Moraes não é dono de propriedades na América?” perguntou Musk na rede social. A manifestação do bilionário veio em resposta a uma postagem feita por outro usuário, que fez referência a uma fala do ministro nesta segunda-feira (24), quando Moraes associou as redes sociais ao fascismo.

A fala do magistrado ocorreu durante discurso a alunos de direito da USP (Universidade de São Paulo). Moraes afirmou que as big techs não são neutras, mas instrumento de grupos econômicos ” que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, ignorando a soberania nacional de cada país, ignorando legislações, para terem poder e lucro”.

Em outra manifestação, o bilionário insinuou que Moraes estaria ” tentando esconder seus bens”. O comentário foi uma resposta a outra publicação, que sugeria que o ministro tirou seu dinheiro dos EUA.

Alexandre de Moraes tem enfrentando uma série de embates com o bilionário desde que aplicou sanções ao X depois de a empresa desrespeitar ordens judiciais no Brasil. O magistrado também é alvo da direita radical, à qual Musk se alinha, por ter, como relator no Supremo, papel de destaque nas investigações sobre uma tentativa de golpe de estado ocorrida em 2022 para garantir que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficasse no poder mesmo após ter perdido as eleições para o presidente Lula (PT).

Recentemente, Moraes se tornou alvo, nos EUA, de uma ação conjunta da plataforma de vídeos Rumble e de uma empresa de mídia de Donald Trump em razão de pedido para que a plataforma feche a conta do influenciador bolsonarista Allan dos Santos. As empresas foram à Justiça para solicitar que as ordens do ministro fossem declaradas ilegais.

No domingo (23), as empresas pediram uma liminar -decisão de cumprimento imediato e temporário- contra o magistrado. Elas alegam que o cumprimento das ordens de Moraes podem trazer “danos irreparáveis” às plataformas.

Allan dos Santos é considerado foragido pela Justiça brasileira desde que foi ordenada sua prisão preventiva em 2021, no inquérito de fake news, relatado por Moraes.

Funcionários de órgão ligado a Musk se recusam a seguir suas ordens e renunciam

GUILHERME BOTACINI, BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Cerca de 20 funcionários federais do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, liderado pelo bilionário Elon Musk, renunciaram nesta terça-feira (25) ao se recusarem a “desmantelar serviços públicos cruciais”, de acordo com carta vista pela agência Associated Press.

“Não usaremos nossas habilidades em tecnologia para comprometer sistemas governamentais essenciais, colocar em risco dados sensíveis dos americanos ou desmantelar serviços públicos cruciais. Não emprestaremos nossa expertise para realizar ou legitimar as ações do Doge”, escreveram.

Os funcionários faziam parte do Serviço Digital dos EUA e haviam sido incorporados ao Doge após a posse de Donald Trump. Cerca de 40 servidores do serviço foram demitidos, e os cerca 65 restantes haviam sido incorporados ao novo órgão. Desses 65, 21 renunciaram agora.

Os funcionários que assinam a carta dizem ainda que pessoas usando o crachá de visitante da Casa Branca, algumas das quais não quiseram se identificar e pareciam ter conhecimento técnico limitado sobre o trabalho realizado pelo Serviço Digital, interrogaram os servidores após a posse de Trump.

“Vários desses entrevistadores se recusaram a se identificar, fizeram perguntas sobre lealdade política, tentaram colocar colegas uns contra os outros e demonstraram habilidade técnica limitada”, escreveram os servidores.

Dando continuidade ao plano de revisão do governo federal americano, Musk afirmou nesta segunda-feira (24) em mensagem no X que funcionários federais terão uma segunda chance para responder ao e-mail em que o governo Trump pede um resumo semanal das realizações dos servidores, sob o risco de serem demitidos caso não houvesse resposta.

“Sujeito à discrição do presidente, eles terão outra chance. A falha em responder uma segunda vez resultará em demissão”, escreveu Musk na tarde de segunda.

Musk tem defendido a medida e ironizado a resistência em responder ao e-mail como se ela fosse a prova de que os servidores são ineficientes. Funcionários federais, no entanto, viram o e-mail como um ultimato do bilionário, que está à frente do Doge, muito embora seja apenas um conselheiro presidencial e não tenha autoridade para tomar decisões, de acordo com a Casa Branca.

À medida que o prazo final dado por Musk se aproximava, à meia-noite de segunda, o escritório de recursos humanos dos EUA (OPM, na sigla em inglês) disse às agências que seus trabalhadores poderiam ignorar o e-mail. Algumas delas, como o Pentágono, já haviam sinalizado anteriormente a servidores que não respondessem o e-mail.

A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário da agência Reuters sobre as declarações de Musk. Antes da nova orientação do OPM, Trump disse a repórteres na segunda que os trabalhadores que não respondessem seriam “meio que semi-demitidos”, aumentando a incerteza sobre o que a Casa Branca de fato fará.

A iniciativa de redução de pessoal encampada por Musk e executada pelo Doge já levou à demissão de mais de 20 mil trabalhadores federais.

A grande maioria das demissões envolveu “funcionários em período probatório”, que começaram suas posições há menos de um ano e, portanto, teriam menos proteções legais do que servidores civis de carreira que compõem a maior parte da força de trabalho federal de 2,3 milhões de servidores.

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