As emissões globais de gases causadores do aquecimento global cairão cerca de 10% até 2035, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pelo secretário-executivo da ONU para Mudança Climática.
Simon Stiell declarou que por meio da cooperação climática convocada pela ONU e dos esforços nacionais, a humanidade agora está “claramente dobrando a curva de emissões para baixo pela primeira vez, embora ainda não rápido o suficiente”.
Consequências arrasadoras
Para manter o aumento da temperatura do planeta limitado a 1,5C°, meta estabelecida no Acordo de Paris, seria necessária uma redução de 60% nas emissões até 2035.
Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU declarou em uma entrevista para o jornal britânico “The Guardian” e para a agência de notícias brasileira “Sumaúma” que o mundo fracassou em evitar a ultrapassagem do 1,5°C nos próximos anos.
António Guterres enfatizou que isso “tem consequências arrasadoras, incluindo pontos de não-retorno, seja na Amazônia, na Groenlândia, na Antártida Ocidental ou nos recifes de coral”.
Ultrapassagens podem ser temporárias
O relatório síntese sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas, NDCs, leva em consideração apenas planos climáticos nacionais formalmente apresentados até 30 de setembro.
Além disso, foram feitos cálculos adicionais que consideram novas NDCs ou metas enviadas ou anunciadas de setembro para cá.
Simon Stiell enfatizou que as temperaturas podem e devem ser reduzidas para 1,5 ° C o mais rápido possível após qualquer ultrapassagem temporária
COP30 precisa garantir planeta habitável
Ele também ressaltou aspectos positivos do relatório, como o fato de que 89% dos países que apresentaram NDCs definiram metas que abrangem toda a economia. Além disso, 73% dos novos planos incluem componentes de adaptação às mudanças climáticas.
O chefe de clima reconheceu que para garantir um planeta habitável os países precisam tomar medidas climáticas mais fortes e acelerar o ritmo na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP30, em Belém no Brasil.
Stiell defendeu que ação climática passe a ser encarada como o motor do crescimento econômico e empregos do século 21.


